Saúde Mental Infantil
09/01/2020 14h30A deterioração da saúde mental é um grave problema que iniciativas como a campanha Setembro Amarelo combatem.
Os transtornos mentais cada vez mais comuns atingem parte preocupante da população:
crianças e adolescentes. A taxa de hospitalização das crianças de 10 a 14 anos com transtornos mentais aumentou 36% em 2018, após cinco anos de taxas estáveis segundo a Sociedade Brasileira de Pediatria.
As informações são alarmantes e chamam a atenção para um importante cuidado em relação aos jovens. O surgimento dos transtornos é decorrente de diversas causas, como o bullyng.
O problema é recorrente em muitas escolas e gera diversos problemas de autoestima e confiança, atrapalhando o rendimento escolar e prejudicando a socialização daquelas que não sabem como lidar com a situação e têm vergonha de contar em casa, guardando as frustrações para si.
A depressão surge como consequência, representando risco a vida. A falta de autoestima e de apreço a própria aparência também gera empecilhos á saúde mental.
Os jovens apresentam uma tendência a se preocuparem desde cedo com a imagem, se comparando com famosos e influenciadores digitais. A ilusão de perfeição na internet leva a criança ou o adolescente a querer transformar o corpo e a aparência para se parecer mais com quem admira.
Outra questão comprometedora da saúde mental está nos problemas em casa. Muitas famílias enfrentam conflitos diários, separações ou relações conturbadas entre parentes. A convivência dentro desses ambientes de estresse gera impactos no desempenho escolar e emocional.
O jovem absorve tudo ao seu redor e, ao crescer em uma família desestruturada, enfrenta grandes dificuldades para manter a mente saudável.
É essencial os pais escutarem o que as crianças e os adolescentes têm a dizer, valorizando o sentimento delas, principalmente na adolescência, evitando rotular que tristeza ou rebeldia é “frescura” ou “exagero”.
É importante atenção para evitar menosprezar sentimentos que podem evoluir para um quadro de depressão, por exemplo.
O cuidado deve ser redobrado entre crianças, pois muitas ainda não sabem como se comunicar de forma clara sobre seus sentimentos, abordando os problemas que as deixam tristes ou inseguras.
O adulto deve ter paciência e construir um ambiente em que as pessoas se sintam seguras para desabafar. O acompanhamento é crucial ao identificar comportamentos diferentes e persistentes, mudanças de humor, alterações no apetite e problemas no sono.
Texto de Ângela Mathylde
Psicopedagoga e psicanalista